Escoamento do Bagaço de Azeitona
Sector do azeite em Risco de Colapso?
De acordo com as principais conclusões do estudo “O setor de processamento bagaço: a possibilidade iminente de ruptura do fluxo ”, realizada por Juan Vilar Consultores Estratégicos, dadas as actuais circunstâncias, durante a próxima campanha ocorre novamente um risco de colapso no setor produtor de azeite, com a possibilidade de o paralisar. O Bagaço é o subproduto depois de espremida a azeitona, é vendido para as fábricas que o transformam em dois novos subprodutos : por um lado extraem ainda a quente óleos para a indústria por outro secam o remanescente para ser transformado em combustível.
Acontece que a indústria dos lagares respondeu ao crescimento da produção de azeitona mas a jusante a indústria de transformação do bagaço não cresceu ao mesmo ritmo.
Através do mencionado estudo, solicitado pela ANEO à Juan Vilar Strategic Consultants, foi revelado que há um desequilíbrio entre os diferentes elos que compõem o setor de fabricação de azeite, o que pode causar uma ruptura na capacidade de dar vazão ao fluxo durante o próxima campanha.
Uma ruptura de fluxo seria definida como a paragem involuntária, geral ou parcial, no processamento do bagaço de azeitona, causada pela falta de capacidade dessa ligação ou pelo excesso de volume de produto despejado nas unidades recepcionadas desse bagaço. E isso obrigaria alguns lagares a deixar de poder receber azeitona por não ter forma de escoar o bagaço.
O referido risco de colapso ou ruptura de fluxo foi-se formando gradualmente nas últimas duas décadas, nas quais o olival cresceu em superfície e eficiência, enquanto houve uma melhoria no desenvolvimento da planta. Sistemas de colheita no campo, mais rápida, o que multiplicou o influxo de azeitona para os lagares. A capacidade de moagem nos lagares foi gradualmente adaptada a tais circunstâncias e crescendo, enquanto o volume de recepção e a capacidade de processamento da área de tratamento do bagaço nas unidades a juzante dos lagares estão numa situação desequilibrada, em comparação com os dois elos mencionados anteriormente.
Diz o referido estuid que seria razoável pensar com base na capacidade nominal total global da olivicultura portuguesa e espanhola – tudo está sujeito à prudência exigida pelas previsões e estimativas – que mais de 11 milhões de toneladas de azeitona poderiam ser alcançadas nos dois países.