Colheita em Portugal menor mas o azeite é do melhor
A campanha da azeitona já terminou. A produção baixou, mas a qualidade manteve-se. Balanços e projetos da Cooperativa do Cano, da herdade privada HMG, em Serpa; e da Olivum, com 38 mil hectares de olival.
Estamos a meio da tarde um dia farrusco, mas sem borrasca à vista. Estamos a 14 de novembro, um sábado, mas a azáfama da safra da azeitona na pacata vila do Cano, concelho de Sousel, distrito de Portalegre, já se faz notar, embora não atinja os níveis de produção de outros anos. No lagar, gerido pela CAOC – Cooperativa Agrícola de Olivicultores do Cano, já há mais de uma semana que se recebe azeitona e o ‘ouro líquido’ de Homero já escorre pelas bicas, impregnando o espaço com o inconfundível cheiro a azeite novo. Combinámos uma conversa com o novo diretor da cooperativa, Henrique Chia, empossado poucas semanas antes, em representação de um dos maiores produtores de azeite da região, a Herdade das Romeiras (Sociedade Agrícola do Ameixial). Carlos Teles, também da direção da CAOC, acompanha-nos e avança com a primeira previsão para esta campanha no Alto Alentejo. “As perspetivas é que este ano a nossa produção de azeite se situe entre 45% e 50% da quantidade do ano passado, mas a qualidade é igualmente boa ou até mesmo superior”, avança. As condições climatéricas adversas em 2020, “com uma semana de chuvas extremas e um calor extremo a seguir, na altura da floração” são as razões apontadas para a quebra de produção esperada.
“Este ano, como há menos produção de azeitona, a campanha será necessariamente mais curta. Por outro lado, devido às temperaturas mais elevadas em maio, junho, setembro e outubro, o ciclo biológico da azeitona adiantou, portanto, também se começou uma semana mais cedo, assim contamos terminar antes do Natal”, explica Henrique Chia.
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