Afinal os olivais tradicionais ainda se plantam em Portugal, embora haja uma forte redução. O futuro do setor está cada vez mais orientado para os olivais em sebe, devido à sua eficiência mas ao contrário do que se chegou a temer isso não fez desaparecer a o número de plantações de olival tradicional. Nas zonas de menor aptidão para agricultura mecanizada, como regiões montanhosas ou áreas com terrenos difíceis (ex.: Trás-os-Montes e Alentejo interior), ainda são plantados olivais tradicionais porque essa é a única ou mesmo a melhor alternativa possível. Nesses locais, a produção é muitas vezes destinada ao mercado de nicho, como azeites biológicos, premium ou de Denominação de Origem Protegida (DOP).
É certo que o crescimento mais acelerado está nos olivais em sebe, que permitem maior densidade de árvores por hectare, colheita mecanizada e melhores rendimentos económicos. Estas plantações têm dominado nas últimas duas décadas, sobretudo no Alentejo, graças às infraestruturas de rega associadas ao projeto de Alqueva. Alguns produtores optam pelos olivais tradicionais para preservar a biodiversidade e as paisagens culturais históricas. Este modelo tradicional é comum em explorações familiares ou em produções sustentáveis, onde o foco não está na quantidade ou eficiência do processo. Nestes casos o custo de mão-de-obra é elevado e a menor produtividade tornam os olivais tradicionais menos competitivos, especialmente em mercados dominados por azeites de produção intensiva. A sustentabilidade económica destes olivais depende de estratégias diferenciadoras, como certificações biológicas, turismo rural associado ou venda direta ao consumidor. Embora em proporções muito mais reduzidas, o modelo tradicional mantém o seu espaço em produções de qualidade e valor acrescentado.