Nesta campanha de 2024/25 a apanha de azeitona por parte dos pequenos agricultores com olival de sequeiro na Serra de Serpa tiveram que antecipar e acelerar a apanha para conclui-la mais cedo do que é costume. Uma onda de calor e uma praga de gafa provocaram uma quebra na qualidade e obrigou os olivicultores a antecipar ao máximo o final da apanha para que a azeitona não se degradasse mais. Normalmente estes pequenos produtores deixam prolongar a apanha até à na segunda metade de Fevereiro. Este fenómeno volta a por o chamado azeite tradicional cada vez mais em risco.
Se não tivesse surgido a onda de calor e a praga da gafa logo no final de Dezembro, os pequenos agricultores teriam deixado mais tempo a azeitona na oliveira para que amadurecesse um pouco mais e assim produzisse mais azeite. É sabido que quanto mais cedo é a apanha menos azeite se obtém da azeitona mas por seu turno, atrasar a apanha aumenta de risco de pragas que afectam as variedades mais sensíveis – sobretudo as antigas variedades portugueses que não têm sido melhoradas em laboratório. O calor pode criar acidez na azeitona e isso tira valor de mercado ao azeite. Pequenos produtores que normalmente demoram duas ou três semanas a fazer uma apanha cuidada, tiveram procurar soluções que pudessem antecipar e sobretudo concentrar todo esse esforço em 3 ou 4 dias para não ver degradar a sua produção.