Nos incêndios que ocorreram em Portugal em 2025, até agora , a percentagem de olival ardido sobre o total nacional foi muito reduzida, não havendo valores alarmantes para esta cultura em termos percentuais, mesmo num ano em que cerca de 2,35% a 3% do território português foi consumido pelos fogos. O país dispõe de aproximadamente 361.483 hectares de olival, de acordo com dados do INE de 2019. Em algumas regiões específicas, como o Alqueva, o olival ocupa mais de 74 mil hectares, sendo que a área nacional dedicada à produção de azeite ronda os 352 mil hectares.
Até ao momento, em 2025, os incêndios já consumiram cerca de 279 mil hectares em todo o país, afetando sobretudo floresta, mato e terrenos agrícolas, com maior incidência nas duas primeiras categorias e impacto muito menor no olival. Segundo o ICNF, entre janeiro e julho, a área agrícola ardida não ultrapassou os 2.271 hectares e não existe distinção apenas para o olival, o que demonstra que a percentagem de olival ardido é residual face ao total da área nacional dedicada a esta cultura. Não há registo oficial de grandes áreas de olival destruídas, nem referências a prejuízos elevados neste setor nos relatórios públicos para o ano de 2025.
Mesmo nos cenários mais desfavoráveis, a percentagem de olival ardido mantém-se bastante inferior a 1% da área total de olival existente no país, porque a maioria dos incêndios atingiu, essencialmente, áreas florestais e matos. Em termos práticos, o olival não foi a cultura agrícola mais afetada pelos incêndios e mantém uma representatividade muito baixa no universo das áreas ardidas neste ano.
Assim, apesar da gravidade e extensão dos incêndios registados em 2025, o impacto direto no olival português foi muito limitado, o que se reflete numa percentagem ardida praticamente residual face ao total de olival nacional.
