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A seca e os incêndios fizeram estragos, mas não impedem uma das melhores campanhas de sempre.

A campanha ainda vai a meio mas todas as estimativas apontam no sentido de um crescimento da ordem dos 45% na produção de azeite, face aos valores registados no ano passado. Isto num contexto particularmente adverso marcado por incêndios devastadores (que queimaram 8,8 mil hectares de olival) e num ano de seca extrema, com uma grande parte do território nacional a ficar sem água para a agricultura.

Olivicultores de norte a sul são unânimes em falar de acréscimos nas suas produções, com especial incidência no Baixo Alentejo, já responsável por 70% a 80% da produção nacional.

A Casa do Azeite, que representa a quase totalidade dos produtores, aponta para 100 mil toneladas de azeite, contra as 69 mil registadas na campanha de 2016/17. “Apesar de as zonas de produção tradicional de sequeiro estarem a ser negativamente afetadas na quantidade produzida, os rendimentos em azeite têm sido maiores do que o normal”, nota Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite.

O cenário é considerado “excelente”, por vários agentes do sector, mas podia ter sido muito melhor se a seca não se tivesse prolongado e se algumas produções não tivessem sido devoradas pelas chamas. No relatório mensal de setembro, o Internacional Olive Council estimava um crescimento de 58% para Portugal, com a produção a rondar as 110 mil toneladas de azeite.