A sucessão de duas campanhas particularmente adversas do sector do olival e do azeite, aliada ao aumento sem precedentes de todos os factores de produção e subida em todos os custos suportados por toda a cadeia de valor nas suas diferentes áreas, provocou o que hoje podemos descrever como uma crise no setor do azeite. Em Portugal os olivais que não são regados e mecanizados estão a passar grandes dificuldades. É fundamental que as autoridades saibam que o assunto merece urgência até porque, mais importante do que nunca, é necessário manter a presença e sobrevivência dos olivicultores afectados com dois anos de condições adversas à cultura do olival.
É sabido que todas as grandes mudanças e avanços da humanidade foram muitas vezes precedidos por grandes crises. Estamos assim perante uma oportunidade de aplicar tudo o que aprendemos e aproveitar para novamente revolucionar o setor oleícola que já de si em Portugal fez uma enorme transformação para melhor com a água e o olival em sebe. Este modelo provou adaptar-se ao cenário que enfrentamos – nestes olivais quase não há quebra de produção que não sendo a maioria dos olivicultores já representam claramente a maior parte da produção nacional – contributo humilde também da Herdade de Maria da Guarda que no início deste século inovou, apostando neste modelo de olival.
Créditos: Jorge Simão