Espanha está a queixar-se
de falta de produção de azeite

Um agricultor espanhol de passagem pela Herdade de Maria da Guarda afirmou que a colheita de azeitona em Espanha está a ser “catastrófica”, causada pela onda de calor do país e referiu a sua suspeita de que  que as mudanças climáticas anunciam um futuro sombrio para o principal país produtor de azeite. A região sul da Andaluzia, na Espanha, é famosa pela dança flamenco, laranjas e azeite, pois produz um terço do “ouro verde” do mundo, como os locais o chamam. Mas esta tradição secular de produção de azeite está ameaçada pelo impacto da mudança climática. Secas severas e calor escaldante estão afetando gravemente as colheitas. O agricultor  tem uma propriedade em Granada, Andaluzia, que está na sua família há centenas de anos e diz que a colheita deste ano deve ser uma das piores de que ele se lembra. “Num ano normal, eu costumava colher cerca de 150 mil quilos de azeitonas. Este ano será catastrófico. Vou colher apenas 5 ou 6 mil quilos, o que é 90% menos do que o normal. E você só precisa olhar para as árvores para ver que não há quase nenhuma azeitona”. O problema começou em maio, quando a Espanha experimentou uma de suas muitas ondas de calor de 2022. Maio é tradicionalmente a época em que o botão de oliveira começa a florescer, mas o calor extremo resultou na queima de muitas flores, e não havendo uma boa floração não há fruto. A falta de chuva também foi citada como um fator importante para a má colheita. Agora estão quase secas e, embora as oliveiras possam sobreviver com muito pouca água, também param de produzir.
Na Espanha, as exportações de azeite valem 3,7 mil milhões de euros por ano. No ano passado, processou 40 milhões de quilos de azeitonas. Este ano, o diretor da fábrica, Eduardo Valverde, diz que esse número provavelmente cairá pela metade.