In Notícias

Está a acontecer uma situação inédita no mercado mundial de azeite. Vive-se uma enquadramento sem precedentes, com potencial escassez, tanto nos 66 países que o produzem, como nos 198 que o consomem.

Isso mesmo foi o que revelou Juan Vilar em entrevista este mês. O analista internacional de
azeites, consultor estratégico e professor da UJA diz ser uma situação sem precedentes na
história da olivicultura, e é devido a três factores fundamentais: em primeiro lugar, a situação climática internacional provocou uma queda na produção de azeites, de mais de 25 por cento da oferta internacional -na Espanha actualmente o maior produtor mundial, a redução pode chegar a 50 por cento em relação uma campanha média. Soma-se a isso o aumento do preço dos factores de produção, em especial energia, combustíveis, fertilizantes, por motivos geopolíticos, e uma valorização do restante das gorduras animais e vegetais por sua escassez, principalmente por motivos semelhantes.

Tudo isso combinado gerou uma situação que fez dobrar não só o preço do azeite, que vive uma situação sem precedentes na história, mas também o preço das restantes gorduras animais e vegetais, incluindo o girassol, o óleo mais consumido em Espanha e sucedâneo do azeite em quase todos os países europeus.

O que se espera para os próximos meses?

Só há dois elementos decisivos no abalo económico, por um lado, a situação climática, pois se não ocorrerem as chuvas necessárias, não só haverá falta de azeite este ano, como as expectativas para a próxima campanha não serão nada animadoras, com os preços a manterem-se em patamares semelhantes ou superiores aos actuais. Por isso haverá muito possivelmente uma escassez no mercado, com as reservas a esgotarem-se  antes do mês de setembro, uma situação inédita na história. Um aumento excessivo no preço ao consumidor pode, por seu turno, causar uma queda no consumo. É fundamental estar munido de azeite, adquiri-lo no formato e categoria que nos for mais conveniente, e estar sobretudo informado, neste sentido estar atento aos meios de comunicação e a todos os dados que possam aliviar a situação de stress que se adivinha entre  compradores e vendedores.

Dado o sistema de produção em sebe em Portugal, como no caso da Herdade de Maria da Guarda, em Serpa, é natural que na campanha de 2023, com este modo moderno de plantar consiga fazer com que Portugal não seja afectado e veja mesmo a sua produção anual subir.