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A sustentabilidade do azeite espanhol está a preocupar o país vizinho que requer iniciativas  baseadas na rastreabilidade, padrões de qualidade mais exigentes, diferenciação das suas variedades, promoção do consumo e educação do consumidor, priorizando a geração de valor no volume de produção, além de proporcionar investimento contínuo para capacitação de pequenos agricultores em práticas eficientes e sustentáveis, bem como a consciência de toda a cadeia e o conhecimento do consumidor. Por seu turno o azeite de Portugal está aos poucos a ganhar espaço não só ganhando a fama de qualidade como também devido a projectos eficientes, mecanizados e regados, como o caso da Herdade de Maria da Guarda em Serpa.

Em Espanha, o olival não mecanizado é da ordem de 500 mil hectares. Ou seja, mais de 20% do total de olival e 200 mil pequenas quintas (entre 1 e 3 hectares cada) de cerca de 300 mil famílias na Andaluzia, Castilla-La Mancha, Valência, Catalunha e Aragão,  pode desaparecer nos próximos 10 anos. Esta é a principal conclusão do Relatório Save the Good Oil, preparado pelo analista internacional de azeite Juan Vilar e encomendado pela Deoleo, multinacional espanhola de comercialização de azeite.

A Espanha é o principal produtor e exportador de azeite do mundo, com um total de 2,7 milhões de hectares de olivais produtivos, mais de 90% destinados à obtenção de azeite.No ano em curso, as exportações de azeite são estimadas em mais de 3 mil milhões de euros, 15% do total das exportações nacionais de produtos agro-alimentares.

O risco de desaparecimento afecta 20% do olival espanhol, um sector centrado no volume e na agressividade dos preços.

Os custos de produção por Kg de azeite variam entre uma ampla gama determinada pelo tipo de cultura, variando de € 0.80 para quintas de alta densidade a € 2.40 / Kg em média (às vezes até € 3 ) dos tradicionais, em quintas de alta encosta e não mecanizadas, o que as coloca abaixo do limiar de rentabilidade.

Em consequência disso mais de 130 mil hectares deste tipo de olival, único e muito característico de Espanha, já está em vias de ser abandonados, utilizando variedades indígenas, adaptadas a seus climas e solos.